
A força do elefante
Nasci numa terra quente
Com garra, força e coragem
Ouvindo o som do repente
Correndo pela rodagem
Sob esse sol escaldante
No meu singelo elefante
Onde o verso faz morada
E cultuando o meu chão
Do litoral ao sertão
Vou seguindo essa jornada.
Brasil de mil lugarejos
Nação de vários brasis
Morada dos sertanejos
Dos potiguaras, potis
Terra de índios gigantes
Condutores importantes
Da história com verdade
Onde fomos esquecidos
Maltratados, agredidos
Por falta de humanidade.
Nasci nesse animal forte
Chamado de elefante
No Rio Grande do Norte
Berço de gente importante
Onde a cultura é sem par
E quem quiser comprovar
Abra o mapa da história
Leia um livro de Cascudo
Desemboque nesse estudo
E verás a trajetória.
Nossa força é sem fronteira
Temos como patrimônio
Militana, Romanceira
E o coco de Chico Antônio
Zé Saldanha no Cordel
Mestre Chico Daniel
O nosso mamulengueiro
Ultrapassa gerações
Conquistando os corações
Do nosso Brasil inteiro.
Da tromba a ponta do rabo
Desse imenso elefante
Digo, digo e não acabo
De tanto que ele é gigante
Nos trilhos da poesia
Com Elizeu Ventania
Voo feito os pirilampos
Tentando chegar um trisco
Do Mestre Antônio Francisco
Aluno de Luiz Campos.
Metrificando o cordel
Com rima e com oração
Ouço o cantar de Xexéu
Ecoando no sertão
Nessa pesquisa relato
Versando Robson Renato
Força jovem que reveste
Junto a Manoel Cavalcante
Tornando o verso gigante
Poetas do Alto Oeste.
Para aumentar os artistas
Cito Felipe Pereira
Dos maiores repentistas
Junto a Helânio Moreira
Dois gênios do improviso
Onde a máquina do juízo
Não sai das suas caxolas
Fazendo improvisação
Com a amor a profissão
Empunhando suas violas.
Do Seridó potiguar
Terra de bravos vaqueiros
Vale meu verso gritar
Por Edcarlos Medeiros
Pra aumentar minha cota
Eu cito Djalma Mota
Filho de um repentista
Por falar em versos grandes
Lembrei de José Fernandes
Outro grande Cordelista.
Destaco pela bravura
O Jesuíno Brilhante
Pra aumentar a cultura
Contida neste elefante
Pra expandir os encantos
Nos versos Lucélia Santos
Trazendo a luz no sorrir
E a sombra da Oiticica
Essa poesia rica
Da alma de Luzenir.
Pra nos dá mais esperanças
E um mundo de alegria
Eu vejo as nossas crianças
Se entregando a poesia
Seguindo por esse trilho
Olho pra Davi, meu filho
E me encho de emoção.
Vejo que não chego aos pés
De Tiago, de Moisés
De Natália e de João.
Mestre João da Cachoeira
Rainilton lá de Parelhas
Rariosvaldo Oliveira
Pra quem eu mucho as orelhas
Outros pra quem não me arrisco
É o Daniel Francisco
Evanilson, C. Faustino
JC que tem bravura
Monstro da Xilogravura
Do solo potiguarino.
A cultura potiguar
Que a cada dia mais forte
Vem buscando seu lugar
No Rio Grande do Norte
Mostra o nosso crescimento
Sem o reconhecimento
Mostrando que é importante
Mas juntos vamos fazer
Com que o povo possa ver
A força desse elefante.